quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Primeira Prática PIBID

Prática 1º Ano B:
Ao receber o aval da professora para assumir o comando da turma, logo na entrada, quando em fila se dirigiam para a sala; abri meu computador na mesa, comecei a tirar livros da sacola e atrai todos os curiosos para o meu redor, ou seja, todos os doze alunos ali presente.
Deixando que alguns me auxiliassem, conectei a internet e abri um vídeo com sons e imagens da natureza no site YouTube. Concentramo-nos no som enquanto alongávamos, alguns estralavam mais do que eu! Depois, contei a historia “Seis Razoes Para Cuidar Do Planeta Terra” e nos dividimos em dois grupos, enquanto um grupo olhava os materiais de leitura que levei para exploração, o outro olhava o vídeo no youtube e explorava um pouco do notebook, olhando algumas fotos.
Em seguida, dispus uma grande variedade de lápis de cor e giz de cera e distribui uma cartolina para cada aluno desenhar (livre), após ter viajado pelas magnificas paisagens naturais e terem relaxado aos sons da natureza.  Só pararam para lanchar porque a professora avisou, depois foram pro recreio e terminaram os desenhos.
Quando todos terminaram, realizamos um breve debate sobre o que aprendemos e concretizamos em nossa tarde, uma pena que não deu para utilizar o quadro para registro coletivo, pois este estava cheio de cartazes. E, para finalizar nossa tarde, jogamos boliche e brincamos de passar o anel. ADOREI!!!

AI VAI ALGUMAS FOTOS QUE CONSEGUI BATER ENQUANTO NAO ESTAVA TAO ENVOLVIDA COM ELES!






quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O QUE?

Eu com o Rubem Alves?  It`s incredible!

Assistir à maravilhosa palestra, desse magnífico escritor na Feira do Livro de Osório/RS é quase um sonho! Ou melhor, é um sonho que ACONTECEU!!!
E, para completar a alegria, ele autografou minha mais nova aquisição de sua autoria:
                      o livro"A Educação dos Sentidos".




"Mas a capacidade de brincar também precisa ser aprendida. E ela tem a ver com a capacidade de o corpo ser erotizado pelas coisas à sua volta, de sentir prazer nelas. Nossos sentidos - a visão, a audição, o olfato, o tato, o gosto – são todos órgãos de fazer amor com o mundo, de ter prazer nele. Mas não basta ter olhos, nariz, ouvidos, língua, pele... Os sentidos, no seu estado natural, podem sofrer daquela flacidez sobre que falamos... Roland Barthes sugeriu então que a educação dos sentidos fosse semelhante ao kama-sutra, o ensino das várias posições possíveis de se fazer amor com o mundo. Mas isso, é claro, exige que os professores sejam mestres na dita arte... (Rubem Alves)".

"Pensando sobre as grandes invenções da ciência, eu acho que a mais maravilhosa de todas foi o domínio da dor. Pois, de que me vale tudo o que o progresso me pode dar, se meu corpo está sentindo dor? Quando a gente sente dor o mundo inteiro desaparece. Nada interessa. O mundo de uma pessoa com dor de dentes se resume... no dente que está doendo: ela não quer chocolate, não quer boite, não quer queijo, não quer beijo... Para que a gente sinta o prazer das coisas boas da vida é preciso que não se esteja sentindo dor  (Rubem Alves, Correio Popular, 02/06/2002)".

sábado, 4 de dezembro de 2010

Um pedido...

"Certo dia, quando terminar o teatro da minha vida diante de uma pequena platéia aos prantos na arquibancada de um túmulo, não quero que digam que ali descanca uma mulher bonita ou inteligente, mas um ser humano que aprendeu, um pouco, a fazer sonhar àqueles que foram impedidos e que  compartilhou sonhos com uma sociedade que parou de sonhar."
Ana P.  Pedron

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Literatura infantil.

Obras Complementares: dicas de acervos.
Semanalmente publicarei dicas de acervos extraídos do livro “Acervos complementares: as áreas do conhecimento nos dois anos do ensino fundamental (Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. - Brasília: MEC-SEB, 2009)”, que têm como objetivo expandir o universo de referências culturais do alunos nas distintas áreas do conhecimento e contribuem para ampliar e aprofundar as práticas de letramento no âmbito da própria escola. Além disso, são obras que passaram por uma rigorosa seleção e possuem ótima qualidade.

A dica de hoje é:


"A diversão vai à escola"
Texto: Juan Carlos P. Repetto
Imagem: Miguel Casalás
Iguaçu, Valentina e Repique são os personagens. Neste livro, as crianças contam aos colegas tudo o que elas viveram nas férias. Imagine quantas aventuras foram contadas sobre os diferentes ambientes visitados pela turminha! Depois, as crianças, com a professora, fizeram um passeio pelo bairro da escola. Que passeio gostoso! Deu para aprender sobre educação ambiental, saúde e segurança de trânsito. A escola é mesmo uma diversão!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Você conhece...


Bernard Charlot?


Em seu livro a Mistificação Pedagógica, ele dá ênfase a igualdade de chances, pois o problema não são as chances, mas sim a igualdade, pois todos não são iguais, todos não partem do mesmo pé de igualdade.

Refletindo com Charlot:

" A escola camufla todo o lado social pra por a culpa no indivíduo".

"A educação é política. É um processo individual e um fenômeno social".

"Muitos jovens gostam de tudo na escola, menos dos professores e das aulas. A escola apresenta hoje uma proposta que desagrada os alunos: são perguntas elaboradas para que o estudante não saiba responder, provas com muita frequência, em vez de uma avaliação continuada, com trabalhos feitos no dia a dia. DESSA FORMA A ESCOLA NÃO PODE REPRESENTAR UM PRAZER, MAS HUMILHAÇÃO E FRACASSO."

"Não tenho um educador cujo trabalho eu possa destacar. O VERDADEIRO HERÓI É O PROFESSOR NORMAL, AQUELE QUE CONSEGUE FAZER COM QUE O ALUNO APRENDA. ISSO É O FUNDAMENTAL".

TODOS SOMOS NECESSÁRIOS...


Dica interessante para aqueles que se interessam pelas questoes ambientais!

Consciência com ciência!


Educação ambiental... passe adiante!


Respeitar a vida é respeitar a natureza!
Sem natureza, não há vida. Pense nisso!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): atualização profissional — um direito do professor, um dever do Estado.

Se gundo Paulo Renato Souza, ministro da educação e desporto, o objetivo dos Parâmetros é auxiliar os professores na execução de seu trabalho, compartilhando seu esforço diário de fazer com que as crianças dominem os conhecimentos de que necessitam para crescerem como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de seu papel em nossa sociedade. Fazendo a leitura dos PCNs, perceberemos que foram elaborados de modo a servir de referencial para o trabalho docente, respeitando a concepção pedagógica própria do professor e a pluralidade cultural brasileira, contudo eles são abertos e flexíveis, podendo ser adaptados à realidade de cada região.

Porém, só alcançaremos isto, de fato, se oferecermos à criança brasileira pleno acesso aos recursos culturais relevantes para a conquista de sua cidadania. Tais recursos incluem tanto os domínios do saber tradicionalmente presentes no trabalho escolar quanto às preocupações contemporâneas com o meio ambiente, com a saúde, com a sexualidade e com as questões éticas relativas à igualdade de direitos, à dignidade do ser humano e à solidariedade.

Nesse sentido, o propósito do Ministério da Educação e do Desporto, ao consolidar osParâmetros, é apontar metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.

Os Parâmetros são instrumentos úteis no apoio às discussões pedagógicas em escolas, na elaboração de projetos educativos, no planejamento das aulas, na reflexão sobre a prática educativa e na análise do material didático. Então, eu lhe pergunto:

- Existe um real conhecimento deste documento de formação profissional, por parte dos professores ou será que ele é bibelô de prateleira e alimento pras traças?

Uma leitura calma e reflexiva dos PCN nos faz sonhar com uma educação perfeita, onde as pessoas compreendem o sentido da vida, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito.

O conhecimento pleno destes parâmetros me levou (em pensamento) para o extremo norte do continente americano, especificamente a cidade de Montréal (Canada), onde vivi uma experiência muito rica de reeducação ambiental. La as crianças aprendem a calcular, ler, escrever, desenhar dentre outros, a partir do meio ambiente, pois é através da natureza, fonte da nossa vida, que elas começam a entender o sentido da vida, de onde vêm as coisas, da importância de respeitar os oceanos, os animais (racionais e irracionais), as arvores, as plantas, em suma, os ecossistemas.

As duas fotografias abaixo ilustram o que descrevi acima: na primeira, as crianças estão limpando os canteiros e a frente da escola, para plantar a flor que eles escolheram e compraram (sim, eles foram com a professora na floricultura comprar). A segunda imagem mostra o canteiro pronto, para os alunos descreverem e desenhar o desenvolvimento das flores em suas planilhas, entre uma foto e outra, cabe ressaltar que os alunos trabalharam especificamente com duas disciplinas: geografia, quando realizaram o estudo do solo, o país de origem das plantas e o trajeto que elas percorreram para chegar até lá e, ciências, onde eles observaram as minhocas e outros bichos microscópios (que encontraram enquanto cavavam para plantar) no laboratório e depois os devolveram para seu habitat, pois em estudo, descobriram a importância deles para o solo.



Fotos by Ana Paula Pedron - Montréal - Canada

Bons exemplos sempre são benquistos e podem ser seguidos sem cerimônia. Após conhecer os parâmetros curriculares, percebi que temos acesso a uma formação nivelada ao primeiro mundo, é uma pena que muitos desconheçam e permaneçam apegados nas regras tradicionais, no imutável. Todavia, estou convicta de que cabe a nós, educadores e futuros educadores, a divulgação e exploração deste material rico em informações e esclarecimentos acerca de cada área docente.


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

E se o menino quiser ir pro ballet, qual o problema?


Geralmente, notamos em alguns meninos a inclinação para a dança, especificamente o ballet, porém através da barreira imposta por nossos pré-conceitos, impedimos ou boicotamos o desenvolvimento deste talento.
É exatamente o rompimento desta barreira que nos coloca o filme “Billy Elliot” ao nos apresentar a história de vida do Billy, que através da professora, descobriu seu talento para o ballet, rompeu barreiras e trocou as luvas de boxe pelas sapatilhas de ballet.
Esse filme nos traz um tipo de preconceito encontrado nas escolas que têm oficina de ballet – apenas os pais das meninas são comunicados e os meninos são afastados desse ambiente, que por sua vez, tem uma decoração bem feminina. Na escola de Billy, pude perceber a ausência de preconceito pelas cores das roupas das bailarinas (preto e branco) e pelo ambiente clássico, onde o que prevalece é a vontade de dançar.
Vale a pena assistir o filme porque ele nos mostra que é possível modificar os valores impostos por nossa sociedade “normal” e que, o que aparece muitas vezes como diferença, não é tão diferente assim, partindo do ponto em que “TODOS SOMOS DIFERENTES (inclusive gêmeos, irmãos, pais e filhos, etc.), e a nossa semelhança, o que nos torna iguais como seres humanos, é o fato de cada um de nós ser o dono de sua própria história, sentimentos e carga genética, é exatamente nesses três fatores que encontramos o princípio da diferença. Podemos até ter a mesma cor de olhos de alguém, gostar das mesmas músicas, cursar a mesma faculdade, mas isso não nos torna iguais ou normais, continuamos sendo diferentes!
Quando circulamos pelos corredores de instituições educacionais é muito comum ouvirmos pessoas falando em normalizar, moldar, vigiar atitudes e punir, até poderia considerar esse fato cômico se não fosse trágico: uma sociedade pós-moderna esqueceu-se de evoluir e infelizmente, ainda opuvimos a mesma pergunta: homem que dança ballet é homossexual?

Contudo, espero com essa postagem, ter instigado o leitor a refletir acerca da importancia de olharmos para além do banal, além dos preconceitos engessados pela sociedade moralista.
(Nossas diferencas nos aproximam)

" A aceitacao e o respeito `as diferencas deve estar presente em todos os espacos e contextos sociais, mas acredito que para falar de diferencas, em primeiro lugar, devemos nos aceitar e nos entender, de fato, como diferentes". Ana Paula Pedron, 2010.
Nossos olhos sao da mesma cor!


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Uma coisa que é universal é o impulso dos indivíduos para a comunicação e, no caso dos surdos, esse impulso é sinalizado.

A SURDEZ COMPROMETE O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO LINGUÍSTICO DO INDIVÍDUO?

Já está comprovado por estudos científicos que essa crença está ligada, em grande medida, aos discursos médicos. “Não é a surdez que compromete o desenvolvimento do surdo, e sim a falta de acesso a uma língua” (Gesser, 2009:76).

O surdo é capaz de desenvolver suas habilidades cognitivas se não tiver impedimento, para isso, o uso da língua de sinais é imprescindível, pois é através da língua que nos constituímos plenamente como seres humanos, que nos comunicamos com nossos semelhantes, construímos nossas identidades, subjetividades e adquirimos e partilhamos informações que nos possibilitam compreender e questionar o mundo que nos cerca.

Se um surdo for bem instruído na língua de sinais e tiver um bom professor que ensine as variações da LIBRAS, na escrita e no universo de palavras que temos para um sinal, o que o impedirá de escrever bons textos? E se tiver professor de educação física que sinalize as técnicas e estratégias para determinado jogo, o que impedirá o surdo de desenvolver suas habilidades esportivas? O empecilho para o desenvolvimento cognitivo-motor está no surdo ou na falta de capacitação e entendimento dos profissionais que atuam na educação inclusiva?

Está na hora de revermos nossas teorias tradicionais, e quebrar os tabus que a sociedade hipócrita e preconceituosa estabeleceu à respeito do surdo e sua cultura, estamos numa nova era: a sociedade está restabelecendo seus valores e a inclusão não deve passar despercebida mais um século.

Vale lembrar que “a surdez é historicamente e socialmente, um problema para o ouvinte. Ela em nada afeta a vida dos surdos – o problema começa a existir quando queremos torná-los ouvintes e falantes da língua oral (Gesser, 2009: 82).” Quem vê a surdez como deficiência, está se inscrevendo no modelo da normalidade ouvinte, que ignora outras culturas e identidades construídas pelo indivíduo para se relacionar com o mundo.

Para finalizar, deixo a imagem abaixo, como prova de um impulso de comunicação, onde veremos crianças de diversas etnias brincando juntas em uma praça, dentre estas crianças, onde a maioria fala inglês e francês, está a minha filha, com 3 anos que se comunica em português, mesmo sem entender o que o outro estava falando, elas brincavam, se abraçavam e conversam tranquilamente.



segunda-feira, 19 de julho de 2010

Surdo ou deficiente auditivo?

Muitos ouvintes desconhecem a carga semântica que é evocada através dos termos mudo, surdo-mudo e deficiente auditivo. Para a maioria dos ouvintes alheios à discussão sobre a surdez, o uso da palavra surdo parece imprimir preconceito, enquanto o termo deficiente auditivo aparenta ser politicamente correto. Em seu livro, “LIBRAS – Que língua é essa?” (2009) Audrei Gesser, nos esclarece sobre essa questão com a seguinte citação:
Essa história de dizer que surdo não fala, que é mudo, está errada. Eu sou contra o termo surdo-mudo e deficiente auditivo porque tem preconceito... Vocês sabem quem inventou termo deficiente auditivo? Os médicos!Eu não estou aqui só para vocês aprenderem LIBRAS, estou aqui também para explicar como é a vida do surdo, da cultura, da nossa identidade... (professora surda, 2002).
O que teria o surdo de deficiência, se a única coisa que nos difere deles é a língua? São cidadãos como todos os ouvintes, pensam, debatem, se deslocam, têm sua identidade e cultura, aliás, uma cultura que vem de uma história bem triste, onde não eram vistos como pessoas, eram excluídos da sociedade e as decisões para/com eles tomadas, partiam de ouvintes extremamente preconceituosos.
Em nossa sociedade, encontramos muitas pessoas ouvintes que não usam tão bem seus ouvidos quanto os surdos usam seus olhos para ouvir. O surdo não precisa ser oralizado para se integrar na sociedade ouvinte, é disso que fala Gesser (2009) quando diz que “oralizar é sinônimo de negação da língua dos surdos. É sinônimo de correção, de imposição de treinos exaustivos, repetitivos e mecânicos da fala”.
Devemos respeitar a língua de sinais e o direito do surdo a ser educado em língua de sinais. Assim como, quando parte do surdo, a vontade de oralizar deve ser respeitada, pois partiu dele e não foi imposta e opressora, vinda de todos os quadrantes, como de fato, acontecia no século passado e continua acontecendo em certos locais.
Os surdos têm uma identidade e uma cultura própria, assim como todos nós temos características culturais que marcam o jeito de ver, sentir e se relacionar com o mundo. O surdo não tem nada de excepcional, é a sociedade ouvinte que o torna excepcional. Deve uma pessoa ser tratada como excepcional ou deficiente por dominar uma língua que faz parte do nosso país?
Como podemos ver em seu próprio nome “Língua brasileira de sinais”, essa língua deveria estar nas escolas, nos mercados, bares, restaurantes, espaços públicos e privados e na casa de todos os brasileiros, assim como na ilha de Martha’s Vineyard, nos Estados Unidos, onde é muito comum ver as pessoas que oralizam, sinalizarem sem nenhuma cerimônia, o que permite o surdo viver como parte integrante da sociedade.
Nesta ilha, durante mais ou menos dois séculos, a população apresentava um elevado número de cidadãos surdos. A cada 155 nascimentos um era de um surdo. Esta ilha foi analisada por três séculos, várias especulações e resconstruçoes de árvores genealógicas foram feitas para tentar descobrir a primeira vez em que o gene de mutação ocorreu e como essa situação genética se espalhou pela população da ilha, mas não se chegou a nenhuma conclusão definitiva.
Em 1985, um repórter britânico, deixa registrada essa atitude social de aceitação da surdez que fez dessa ilha um local bilíngüe, onde o inglês e a língua de sinais eram usados por seus moradores em todos os seus contextos:
Você faz uma chamada nas mediações – eles não têm coisas como o chá das tardes. A língua falada e a língua de sinais estarão tão misturadas na conversa, que você passa de uma para outra, ou usa as duas de uma vez só, quase inconscientemente. Metade da família fala, muito provavelmente, metade da família não, mas os surdos não estão desconfortáveis em sua privação, porque a comunidade, tem se ajustado à situação perfeitamente (Groce, 1985:53).
Alexander Graham Bell, inventor do telefone, professor de surdos e defensor enérgico do oralismo que julgava a língua de sinais imprecisa e inferior à fala oral, usou o caso da ilha de Martha’s Vineyard como base da sua investigação na questão da hereditariedade da surdez, mas não conseguiu explicar o fato de alguns pais surdos não terem filhos surdos. O maior agravante das especulações de Bell não estava apenas na falta de comprovação do que dizia, mas na injustiça e irresponsabilidade científicas em liderar campanhas proibindo o agrupamento de surdos, já que definia a surdez como “anormalidade da raça humana”.
Atualmente, a minoria da sociedade é consciente dessa desumanidade cometida contra os surdos no passado e que resultou no crime da privação linguística e no estigma psicológico que os surdos carregam até hoje em nossa sociedade.