Se gundo Paulo Renato Souza, ministro da educação e desporto, o objetivo dos
Parâmetros é auxiliar os professores na execução de seu trabalho, compartilhando seu esforço diário de fazer com que as crianças dominem os conhecimentos de que necessitam para crescerem como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de seu papel em nossa sociedade. Fazendo a leitura dos
PCNs, perceberemos que foram elaborados de modo a servir de referencial para o trabalho docente, respeitando a concepção pedagógica própria do professor e a pluralidade cultural brasileira, contudo eles são
abertos e flexíveis, podendo ser
adaptados à realidade de cada região.Porém, só alcançaremos isto, de fato, se oferecermos à criança brasileira pleno acesso aos recursos culturais relevantes para a conquista de sua cidadania. Tais recursos incluem tanto os domínios do saber tradicionalmente presentes no trabalho escolar quanto às preocupações contemporâneas com o meio ambiente, com a saúde, com a sexualidade e com as questões éticas relativas à igualdade de direitos, à dignidade do ser humano e à solidariedade.
Nesse sentido, o propósito do Ministério da Educação e do Desporto, ao consolidar osParâmetros, é apontar metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.
Os Parâmetros são instrumentos úteis no apoio às discussões pedagógicas em escolas, na elaboração de projetos educativos, no planejamento das aulas, na reflexão sobre a prática educativa e na análise do material didático. Então, eu lhe pergunto:
- Existe um real conhecimento deste documento de formação profissional, por parte dos professores ou será que ele é bibelô de prateleira e alimento pras traças?
Uma leitura calma e reflexiva dos PCN nos faz sonhar com uma educação perfeita, onde as pessoas compreendem o sentido da vida, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito.
O conhecimento pleno destes parâmetros me levou (em pensamento) para o extremo norte do continente americano, especificamente a cidade de Montréal (Canada), onde vivi uma experiência muito rica de reeducação ambiental. La as crianças aprendem a calcular, ler, escrever, desenhar dentre outros, a partir do meio ambiente, pois é através da natureza, fonte da nossa vida, que elas começam a entender o sentido da vida, de onde vêm as coisas, da importância de respeitar os oceanos, os animais (racionais e irracionais), as arvores, as plantas, em suma, os ecossistemas.
As duas fotografias abaixo ilustram o que descrevi acima: na primeira, as crianças estão limpando os canteiros e a frente da escola, para plantar a flor que eles escolheram e compraram (sim, eles foram com a professora na floricultura comprar). A segunda imagem mostra o canteiro pronto, para os alunos descreverem e desenhar o desenvolvimento das flores em suas planilhas, entre uma foto e outra, cabe ressaltar que os alunos trabalharam especificamente com duas disciplinas: geografia, quando realizaram o estudo do solo, o país de origem das plantas e o trajeto que elas percorreram para chegar até lá e, ciências, onde eles observaram as minhocas e outros bichos microscópios (que encontraram enquanto cavavam para plantar) no laboratório e depois os devolveram para seu habitat, pois em estudo, descobriram a importância deles para o solo.
Fotos by Ana Paula Pedron - Montréal - Canada
Bons exemplos sempre são benquistos e podem ser seguidos sem cerimônia. Após conhecer os parâmetros curriculares, percebi que temos acesso a uma formação nivelada ao primeiro mundo, é uma pena que muitos desconheçam e permaneçam apegados nas regras tradicionais, no imutável. Todavia, estou convicta de que cabe a nós, educadores e futuros educadores, a divulgação e exploração deste material rico em informações e esclarecimentos acerca de cada área docente.